Sentada em minha cama recordava de
cada detalhe mínimo daquela visão. Estudava mentalmente cada passo, cada
expressão de Will. Tudo aquilo havia se realizado. Senti um arrepio percorrer
todo meu corpo, um desespero incontrolável sufocava meu peito. Ouvi duas
batidas na porta e, mesmo sabendo que era impossível, desejei profundamente que
fosse Caroline. Levantei-me num pulo e fui rapidamente até a porta, agarrei a
maçaneta e a puxei. Thiago estava parado com um sorriso no rosto que transmitia
felicidade e segurava duas bolsas de sangue, mas assim que seus olhos me
fitaram seu sorriso se desmanchou.
domingo, 31 de agosto de 2014
domingo, 23 de março de 2014
Capítulo Quinze - Sob Controle
Willian olhava fixamente para mim, ele
passou pela escrivaninha, caminhou em passos curtos e lentos. Eu estava com os
pés em cima da cadeira, como costumo me sentar. Pude ver seus lábios se
mexendo, mas não consiga ouvir nada. Além disso, eu conseguia me ver, me via
balançando a cabeça como se enxergasse pelos olhos de uma terceira pessoa. Ele
se abaixou até ficar na minha altura e procurou meus olhos por trás dos
joelhos. Eu conseguia ver seus olhos marejando e eu estava intacta, apoiada na
cadeira e com os braços soltos. Will continuava falando, seus lábios se mexiam
e transmitiam emoção, mas eu continuava parada e não ouvia nada, aquilo já
estava me deixando desesperada.
quinta-feira, 30 de janeiro de 2014
Capítulo Catorze - Dias de Folga
Levantei no mesmo horário do dia
anterior, mas hoje me arrumei mais rápido. Queria encontrar com Thiago antes de
ir para aula para poder me desculpar por ontem. Eu me distrai completamente
quando Nicolas chegou que nem me toquei que havia acabado de falar com Thiago.
Ao
sair do meu quarto já levei um susto, o hall do andar, a escada, todos os
andares: tudo vazio. Havia alguns adultos circulando, mas eram poucos,
pouquíssimos na verdade. Estava assustador, abandonado e as luzes apagadas
deixavam a mansão mais sombria ainda.
sábado, 18 de janeiro de 2014
Capítulo Treze - Ameaça Amorosa
-Devo dizer que estou surpreso. –
Nicolas disse corrigindo a lista que eu havia acabado de resolver.
-Isso
é bom ou ruim?
-É
excelente! Você foi muito bem. – Ele me entregou a folha apenas com algumas
correções feitas de caneta vermelha.
-Uau!
Eu estou surpresa. Não sabia que era tão inteligente assim.
-Meus
parabéns. – Ele sorriu – Que tal fazermos um intervalo agora?
-Claro.
-São
21h30 agora, voltamos às 22h. – Ele tampou a caneta que estava usando.
-Sim
senhor. – Coloquei a folha no meio do livro e me levantei.
-Vai
para o refeitório? – Ele se levantou enquanto falava.
-Não,
acho que vou conversar com Will.
-Tudo
bem. Então vamos. – Ele caminhou até a porta, abriu e sinalizou para que eu
passasse.
-Obrigada.
– Sorri e sai da sala. Nicolas saiu atrás de mim e nos despedimos brevemente.
sábado, 4 de janeiro de 2014
Capítulo Doze - Professor Nicolas
Aquela droga de despertador estava
berrando na minha cabeça. Droga, droga, droga. Abri os olhos com dificuldade e
o desativei. Precisava levantar, mas tive um dia (ou noite, ainda me confundo)
tão agitado que o sono não me largava. Acho que se eu piscar devo cochilar. Me
espreguicei ainda deitada e fiz um esforço tremendo para conseguir levantar.
Arrastei meus pés até o banheiro e me enfiei em baixo do chuveiro, precisava
despertar de qualquer maneira. E quer saber? Até que funcionou. O sono me
deixou um pouco de lado e eu consegui me arrumar. Depois passei um pouco de
maquiagem para tentar amenizar as marcas vermelhas no rosto e também as
olheiras grandes. Senti um pouco de dor na minha cabeça outra vez, mas não foi
nada comparado ao do dia anterior, por sorte.
terça-feira, 17 de dezembro de 2013
Capítulo Onze - Enfermaria
Minha cabeça doía. Mal consegui abrir
meus olhos porque eles queimavam. Esforcei-me um pouco, mas a claridade me
incomodava. Apertei-os e tentei abrir de novo, agora a claridade já não era o
problema. Vi uma pessoa inclinada sobre mim e outra ao fundo, não consegui
reconhece-las porque meus olhos estavam embaçados, mas então tudo começou a
clarear. Era Thiago e Will, ambos tinham uma expressão alarmante. Suas
sobrancelhas estavam suspensas e os olhos arregalados. Assim que pisquei
algumas vezes e dei por mim os dois pareceram se aliviar.
sábado, 23 de novembro de 2013
Capítulo Dez - O mundo sob meus olhos
Thiago
Alice havia ressurgido das cinzas.
Planejei pegar uma bolsa de sangue e rapidamente voltar. Meu estômago e minha
garganta estavam secos, respirar estava difícil. Pretendia ser o mais rápido
possível, mas ela cruzou meu caminho.
Depois
de receber alta Alice parecia ter ficado mais insuportável, melosa e grudenta.
Já tinha me esquecido da sua voz aguda e como aquilo me perturbava. Diferente
de Kelly. Ontem na aula, a primeira vez que vi seus olhos azuis perdidos já
soube que ela era diferente. A voz dela é doce e calma, me tranquiliza. Ela é
linda. O sorriso dela é tão sincero quanto a noite e brilha como a lua. Me
sinto bem perto dela. Melhor ainda, mesmo com todos os micos que eu paguei
perto dela, ela não se importou, apenas riu e me ajudou. Cara, nunca fiquei tão
constrangido!
terça-feira, 12 de novembro de 2013
Thiago Siqueira Fonseca
Um garoto
extremamente sedutor e carismático. Thiago encanta muitas meninas por todo
lugar que passa. Seus cabelos escuros e olhos azuis são seu charme principal,
além de ser muito carinhoso e atencioso.
Thiago perdeu a mãe
bem cedo e vive na mansão com seu pai desde que nasceu. Estudou gramática e matemática como uma criança normal, porém ao ficar um pouco mais maduro começou a receber uma educação diferenciada: aprendeu sobre os vampiros. Então aos 17 anos foi finalmente transformado.
Ele é inteligente e
dedicado às atividades exigidas pelos professores, além de pesquisar mais sobre as habilidades vampirescas. Cada dia mais sábio, Thiago está a poucos passos de se tornar alguém
importante. Será que alguns acontecimentos podem comprometer seu futuro?
segunda-feira, 11 de novembro de 2013
Capítulo Nove - O Charme de Thiago
Caramba! Estou pasma! Essa
aula foi muito legal, o professor
nos colocou pra correr, literalmente. Aprendemos a controlar nossa velocidade
sobre-humana. Foi muito divertido. Thiago me ajudou hoje também e dessa vez não
preguei nenhuma peça nele.
Teve também um momento
engraçado, pra mim. Ele estava correndo, olhou para trás e atropelou uma
árvore. Foi engraçado, mas fiquei com dó. Sorte que eu estava ao seu lado,
ajudei-o a se levantar e seus olhos azuis estavam um pouco
arregalados e confusos, ele parecia envergonhado, agarrei sua mão com rapidez e
o ajudei a se por de pé. Saímos correndo outra vez, Thiago estava um pouco
perturbado e não me olhava. Depois que fomos aprovados pelo professor ele nos
liberou e eu duvidei que Will aparecesse. Estava em dúvida se deveria perguntar
para Thiago sobre o corredor cinco ou não. Fui surpreendida por ele me
chamando. Thiago estava me convidando para ir até o "lado claro" da
mansão, onde estavam os banquinhos e as árvores. Não estava com fome, Will não
ia aparecer tão logo e eu não pretendia aparecer tão cedo na biblioteca,
resolvi aceitar. Estávamos quase chegando ao banquinho de destino quando fomos
surpreendidos por um barulho no mato e paramos. Thiago me olhou esperando por
uma resposta que eu não tinha, então ele se posicionou entre mim e a origem do
barulho. De repente tudo ficou turvo e eu pensei que fosse ter outra visão, mas
ai tudo se normalizou pra mim, eu pude ver alguém se levantando do meio dos
arbustos e a reconheci na hora! Era Caroline, a menina que se estranhou com
Willian ontem. Esperei alguma reação alarmante de Thiago, mas ele estava
imóvel, parecia não ter visto.
domingo, 3 de novembro de 2013
Capítulo Oito - Sim, elas existem
Foi uma droga. O final do meu dia (ou
noite, ainda não sei bem) foi uma droga. Na volta Willian não falou uma palavra
sequer. Estava totalmente irritado, bravo e pensativo.
Nesse momento estava no
meu quarto, andando de um lado para o outro e observando o frasco. O que era
aquilo? Me joguei de costas contra o colchão, que me jogou pra cima duas vezes
antes de conseguir ficar parada. Era tudo tão estranho, aconteceu de forma tão
rápida, tão apressada. Quem era aquela menina? O que era esse líquido? Por que
ela iria jogar no garoto? Por que ela e Will pareceram se odiar tanto?
Coloquei o frasquinho
dentro da gaveta do criado mudo e fechei os olhos. Eu me senti cansada,
esgotada. Meu dia foi um tanto tumultuado. Minha cabeça começou a latejar. Ótimo,
era tudo o que eu precisava: uma dor de cabeça bem agora. Em um dia eu tive
três visões, se continuar assim acho que eu vou enlouquecer. É horrível, não
sei lidar com isso, não sei até que ponto é bom e até qual não é. Detesto me
sentir incapaz quando a meus olhos ficam embaçados. Sinto uma tontura terrível,
um enjoo pior ainda e parece que vou cair para sempre.
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